terça-feira, 20 de dezembro de 2016

ILHA DE BALI - A BELEZA PARA LÁ DAS PRAIAS DO SUL

O que visitar em Bali

Ontem já era tarde quando chegámos a Ubud.
Depois de cerca de dez horas dentro de uma van estávamos exaustos, acabando por adormecer sem jantar e pela primeira vez nesta viagem conseguimos dormir mais de cinco horas.
Sem precisar de despertador, acordo lentamente com os primeiros feixes de luz que entram pelas cortinas entreabertas que protegem as janelas do nosso quarto. O silêncio que àquela hora se faz sentir é somente quebrado pelo som dos grilos e cigarras que se mistura com o chilrear dos pássaros que parecem entusiasmados com o nascer de mais um dia.
Passam poucos minutos das seis da manhã e o calor já começa a apertar. Nem mesmo a ventoinha que trabalha por cima das nossas cabeças consegue atenuar aquela sensação de desconforto. 

Depois de longos minutos a preguiçar, tomamos um duche rápido, vestimo-nos e saímos na esperança de que já seja possível tomar o pequeno almoço.

Hoje e após termos conseguido negociar um preço aceitável com um driver, lançamo-nos com o itinerário previamente traçado, à descoberta da zona norte da ilha. Tínhamos lido excelentes críticas sobre Bali. As expectativas são muitas...
Quase de imediato percebemos que aqui tudo é diferente daquilo que vimos e vivemos durante os dias que passámos em Java. Parece que estamos noutro país. Em Bali é tudo mais alegre, mais tradicional, mais luxuriante. Vive-se de forma mais relaxada... sem pressas!
Até o simpático homem que nos conduz parece não gostar de grandes acelerações.




O carro vai percorrendo caminhos ladeados de campos pintados de tons verde, onde pessoas se dedicam à sua labora diária. Ao longe erguem-se montanhas cobertas de vegetação tropical que acabam por servir de pano de fundo daquele cenário que nos acompanharia por alguns quilómetros. Ocasionalmente vemos alguns rituais de celebração do ano novo Balinês que acontece por esta altura. Homens, mulheres e crianças trajados a rigor desfilam ao longo da estrada.

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Tegalalang é o nome que temos na cabeça e um dos locais que queremos mesmo visitar. Um enorme placard à beira da estrada assinala a chegada a esta pequena aldeia que  quase sem saber como, se transformou numa das principais atrações turísticas da ilha.
Verde e mais verde. Para onde quer que olhemos é esta a cor dominante. Está nas palmeiras, arvores e nos incríveis e bem tratados terraços onde de forma alinhada cresce o arroz que alimenta as gentes de Bali. 
Ainda assim a pausa neste local acaba por ser breve. Está na altura de seguir viagem!





O Templo Tirta Empul é a segunda paragem do dia.
Logo á entrada, e à semelhança do que já havia acontecido em Borobudur, é-nos comunicado que em sinal de respeito pela religião e cultura Hindu temos de usar o típico Sarong.
O ambiente ainda parece estar calmo, suspeita que é confirmada assim que damos os primeiros passos no interior deste luxuriante oásis.
Não é por acaso que este local também é conhecido como Templo da Água Sagrada. Tanques, piscinas, lagos e fontes estão espalhados um pouco por toda a parte, cada um deles alimentados pela nascente mãe, situada na área mais alta do complexo e onde vemos claramente a água brotar do solo.

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Pelo caminho cruzamo-nos com pequenos altares ornamentados com figuras mitológicas e onde ardem pauzinhos de incenso que espalham no ar um agradável cheiro que nos ajuda a absorver aquela tranquilidade.
Encontramos sem dificuldade as piscinas de purificação usadas há mais de cem anos e onde hoje algumas mulheres em silêncio cumprem um ritual bonito de se ver. 
Temos vontade de entrar naquele espelho de água límpida, pena não termos trazido roupa apropriada. Seria com certeza uma experiência brutal.
O espaço não é muito grande e ao fim de uma hora já vimos tudo. Está na altura de seguir viagem.




Do lado de lá da janela do carro o céu que ainda há pouco se encontrava pincelado de tons azul, transformou-se de súbito numa enorme tela cinzenta. Não demora muito até sermos brindados com as primeiras gotas de chuva, e o que inicialmente parecia um aguaceiro inocente transformou-se rapidamente num dilúvio de dimensões quase apocalíticas. Menos mal, pelo menos estamos protegidos! 
A forte chuva teve o condão de condicionar ainda mais a pouca perícia do nosso driver e se até aqui a velocidade era reduzida, os últimos quilómetros foram feitos a passo de caracol.
A estrada leva-nos agora montanha acima...ou será um vulcão?
Sim é mesmo um vulcão, confirma-nos o driver com quem por diversas vezes tentámos meter conversa, mas o diálogo foi sempre travado pelo seu inglês bastante limitado que praticamente se resumia a monossílabos: yes, no, ok, rain, stop, beautiful...
A paisagem à nossa volta é preenchida por vários cones de antigos vulcões cobertos de vegetação que pouco a pouco vão sendo apagados pela intensa neblina que se formou.
Uns metros mais à frente avisto uns quantos autocarros estacionados à beira de estrada e uma placa que indica que estamos a chegar à nossa próxima paragem. Pura Ulun Danu Bratan.

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A chuva parou, talvez por obra dos deuses, e ainda bem porque o cenário idílico que temos diante dos nossos olhos merece ver apreciado com calma e sem chapéus de chuva coloridos a atrapalhar!
O ambiente é visivelmente mais agitado e as várias dezenas de pessoas com quem nos cruzamos e que entopem o estreito caminho por onde avançamos, são a prova que este é um dos pontos turísticos mais concorridos da ilha de Bali.
Ao redor vemos montanhas e vários cones vulcânicos que as espessas nuvens cinzentas teimam em esconder.
O local faz-me lembrar algumas das paisagens que vi nos Açores. Uma grande lagoa situada a 1200 metros de altitude, encravada no interior da cratera do extinto vulcão Catur. A meia dúzia de metros da margem, ergue-se um bonito templo tipicamente Balinês que visto assim ao longe parece flutuar sobre as águas daquele enorme lago. A indonésia não se cansa de nos surpreender.
Antes de darmos a visita por terminada ainda aproveitamos para dar uma volta pelo complexo onde existem outros pequenos templos.




Regressamos à van que percorre agora as curvas e contra curvas das estradas da zona norte da ilha de Bali. O trajecto é sempre a subir e a vista é cada vez mais arrebatadora. O Lago onde ainda há pouco estávamos encontra-se agora lá em baixo, a várias centenas de metros.
De repente paramos. O temporal que se fez sentir esta manhã acabou por fazer estragos. A estrada encontra-se bloqueada por um enorme tronco que vários homens tentam afastar sem sucesso. Passam cinco... dez... quinze minutos e continuamos no mesmo sítio.
De repente saídos não sei de onde, aparece um grupo de macacos que indiferentes a todo aquele aparato se divertem e banham nas muitas poças de água que se formaram à beira da estrada. Um espetáculo digno de um circo. 
Quem também parece pouco preocupado com a situação é o nosso driver, que sem se importar muito com o que se passa lá fora, lê tranquilamente as notícias do dia num jornal de páginas amarrotadas. E nós? Nós aproveitamos a pausa para fazer umas fotos numa espécie de miradouro e para matar a fome com as sandwishes que trouxemos nas mochilas.

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Quase uma hora depois, estamos de novo em movimento, mas a viagem não dura muito tempo. Avançámos meia dúzia de quilómetros e voltamos a parar.
"O que será agora?"-comentamos entre nós.
O driver faz-nos perceber que chegámos a um dos locais que lhe tinha indicado e que tencionávamos visitar.
-"Gitgit, here!"
Já no exterior da carrinha, olho à volta e o que vejo não se parece em nada com aquilo que havia visto na internet e pergunto se tem a certeza que é mesmo aqui.
A resposta é dada com um energético abanar de cabeça acompanhado por um sorriso, voltando a repetir: -"Gitgit"
O homem com o dedo indicador esticado, aponta na direção de um trilho de terra que se perde no meio de uma densa floresta e logo de seguida faz-nos sinal para o acompanharmos.

O trajecto é sempre a descer e ao longe consegue-se ouvir o som de água corrente. Afinal o homem deve ter razão e talvez estejamos mesmo no sítio certo!
Aquele caminho que ao início não apresentava grandes problemas, transforma-se rapidamente num lamaçal que nos faz escorregar a cada dez passos.
Pouco a pouco as havaianas acabam por ganhar uma sola extra de barro que atrapalha mais do que ajuda e que nos faz avançar com atenção redobrada, sempre sob o olhar atento do nosso "guia". 

O som da água vai ficando cada vez mais intenso e de repente quase sem aviso prévio somos literalmente atingidos por mais uma overdose de beleza.

Gitgit Waterfall é o nome deste local que nos transporta para aquela que será com certeza uma das visões do paraíso.
Um cenário que me é mais uma vez difícil de descrever em palavras. É um sítio fantástico, quase perdido no fundo de um vale coberto de vegetação tropical e onde a mais espetacular cascata que alguma vez vi, assume um lugar de destaque. São milhares e milhares de litros de água que tombam de uma altura de mais de quarenta metros com tamanha intensidade que o ruído produzido se torna ensurdecedor.
Talvez a chuva que caiu esta manhã tenha contribuído para tornar o espetáculo ainda mais impressionante.



Estar ali a olhar para aquele gigantesco lençol de água que nos salpica os corpos, como se de uma benção se tratasse, foi para nós a melhor forma de terminar este nosso passeio pela zona norte da ilha.

.QUAL A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR BALI?
A melhor altura do ano para visitar a Bali é entre os meses de Junho e Setembro, altura em que o tempo é mais agradável uma vez neste período a probabilidade de ocorrência de chuva é relativamente menor. Em Bali assim como na maioria do território indonésio existem duas estações distintas: a estação das chuvas que se estende entre Outubro e Abril e a estação seca que acontece entre Junho e Setembro. 
Tendo em conta que a Ilha de Bali se localizada numa região subtropical não é de excluir que possam ocorrer perturbações climáticas fora de época que contrariem os padrões meteorológicos normais. 
   .PARA SABER QUAL É A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR, NÃO SÓ, AS DIVERSAS REGIÕES DA INDONÉSIA MAS TAMBÉM OS RESTANTES PAÍSES DO SUDESTE ASIÁTICO CLIQUE AQUI.


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